sábado, 7 de junho de 2014

Fato social e divisão do trabalho (Segunda versão)



RESENHA
LIVRO: Fato social e divisão do trabalho

Por: Edineia Koeler e Kênya Maquarte Gumes Bregensk (Segunda versão)
  

O livro de Emile Durkheim com apresentação e comentários de Ricardo Musse coloca em destaque duas de suas temáticas de análises sobre FATO SOCIAL E DIVISÃO DO TRABALHO, que está no cotidiano das pessoas, contudo, pode-se afirmar através desta leitura, que não é compreendido em sua totalidade. Tais análises não se limitam a conceituações, vai além, traz uma abordagem completa, rica em detalhes, que são fundamentais para a compreensão destas temáticas.
Para iniciar o tema o autor, Emile Durkheim empreendeu seus esforços em tornar a sociologia uma disciplina científica sistemática (p.7). O seu pensamento permanece atual tornando-o um clássico na área da sociologia. Empenhou-se em compreender a sociedade em seus diferentes estágios. Seus principais pontos de debate discernem-se por meio de conceitos-chave, tais como “solidariedade”, “divisão do trabalho social” e “anomia”.
O termo “solidariedade” é conceituado por Durkheim como “os vínculos que agrupam os indivíduos em conjuntos sociais” (p.9).  Esses vínculos se referem a formas de pensamentos, de sentimentos e de conduta que impulsionam a coletividade.
O fato social tem características definidas como exterioridade, impessoalidade e objetividade, que indicam a prevalência da coletividade sobre os indivíduos (p.9).
Uma das primeiras afirmações que norteia seu trabalho é a de que fatos sociais conceituados a partir da característica exterioridade, são os fenômenos que extrapolam o âmbito individual. Este tipo de conduta se impõe ao indivíduo que se conforma voluntariamente à condição, o que Durkheim denomina coerção. O indivíduo que resiste a essa coerção sofre as penas. O autor exemplifica que caso alguém viole as regras do direito, elas reagem contra o indivíduo. O mesmo ocorre caso o indivíduo, por exemplo, ignore os costumes de se vestir. Segundo Musse essa é a característica do fato social denominada de “poder impositivo”. A coerção é o indício mais forte do caráter externo, impessoal e objetivo do fenômeno social.
O autor traz o argumento de que “Regras jurídicas, morais, religiosas, sistemas financeiras, consistem todas em crenças e práticas constituídas” (p. 17) que definem o fato social. Mas, há outros que se apresentam de forma menos cristalizada, que, no entanto, apresentam as mesmas objetividades sobre o indivíduo.
Quanto à educação, esta tem por objetivo formar o ser social por meio da pressão social “que tende a moldá-la à sua imagem, e do qual, pais e mestres são apenas os representantes e os intermediários” (p. 19). De acordo com Durkheim, a maioria dos fenômenos sociais nos alcança por meio da educação, o que se “evidencia nas crenças e nas práticas que nos são transmitidas completamente prontas pelas gerações anteriores.” Todo fato social possui uma tendência a se generalizar, sendo assumida pela sociedade.
Segundo Durkheim, “uma solidariedade nascida das semelhanças que liga diretamente o indivíduo a sua sociedade é denominada solidariedade mecânica” (p. 33). A solidariedade mecânica se expressa assim, como o conjunto de regras orientadoras da conduta dos membros do grupo social. Onde a verdadeira função da pena está em manter intacta a coerção social. Esse tipo de solidariedade revela-se nas sociedades primitivas como as indígenas, por exemplo, onde os indivíduos possuem funções semelhantes.
Conforme Musse, Durkheim distingue dois tipos de laços que unem os homens à ordem social: a solidariedade mecânica estruturada por meio da consciência coletiva, apresentando-se como uma comunidade de crenças, valores, sentimentos e práticas; e a orgânica decorrente da divisão do trabalho social surgindo como um sistema de funções diferentes e especializadas, que configuras sociedades modernas.
Ao tratar da preponderância progressiva da solidariedade orgânica, Durkheim procura exemplificar o que conceitua como solidariedade mecânica recorrendo à organização social de sociedades que preservam características organizacionais primitivas.
Durkheim explica que “se a divisão do trabalho não produz a solidariedade é porque as relações dos órgãos não são regulamentadas, e que elas estão num estado de anomia (P.68). Ele entende por anomia a ausência de regras, o que considera como o principal problema do mundo moderno onde o trabalhador perde o sentido de seu trabalho e é reduzido à máquina, o que considera transitório, pois compreende que haverá naturalmente, uma regulamentação das relações industriais e do trabalho. Tal situação descrita por Durkheim quando trata da anomia nos faz refletir sobre as relações de trabalho contemporâneas, onde as facilidades e acessibilidade aos mais diferentes mecanismos de substituição do fazer humano se faz tão comum ao processo produtivo.  Nota-se, portanto, que na atualidade faz-se necessário possuir um diferencial, algo que o torne dotado de excelência na sua função  para que em meio à competitividade, possa destacar-se como a melhor opção.



 AUTOR DO LIVRO:
Emile Durkheim, apresentação e comentários Ricardo Musse






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