RESENHA
LIVRO: Fato social e divisão do
trabalho
Por: Edineia
Koeler e Kênya
Maquarte Gumes Bregensk (Segunda versão)
O livro de Emile Durkheim com apresentação e
comentários de Ricardo Musse coloca em destaque duas de suas temáticas de
análises sobre FATO SOCIAL E DIVISÃO DO TRABALHO, que está no cotidiano das
pessoas, contudo, pode-se afirmar através desta leitura, que não é compreendido
em sua totalidade. Tais análises não se limitam a conceituações, vai além, traz
uma abordagem completa, rica em detalhes, que são fundamentais para a
compreensão destas temáticas.
Para iniciar o tema o autor, Emile Durkheim
empreendeu seus esforços em tornar a sociologia uma disciplina científica
sistemática (p.7). O seu pensamento permanece atual tornando-o um clássico na
área da sociologia. Empenhou-se em compreender a sociedade em seus diferentes
estágios. Seus principais pontos de debate discernem-se por meio de
conceitos-chave, tais como “solidariedade”, “divisão do trabalho social” e
“anomia”.
O termo “solidariedade” é conceituado por Durkheim
como “os vínculos que agrupam os indivíduos em conjuntos sociais” (p.9). Esses vínculos se referem a formas de
pensamentos, de sentimentos e de conduta que impulsionam a coletividade.
O fato social tem características definidas como
exterioridade, impessoalidade e objetividade, que indicam a prevalência da
coletividade sobre os indivíduos (p.9).
Uma das primeiras afirmações que norteia seu trabalho
é a de que fatos sociais conceituados a partir da característica exterioridade,
são os fenômenos que extrapolam o âmbito individual. Este tipo de conduta se
impõe ao indivíduo que se conforma voluntariamente à condição, o que Durkheim
denomina coerção. O indivíduo que resiste a essa coerção sofre as penas. O
autor exemplifica que caso alguém viole as regras do direito, elas reagem
contra o indivíduo. O mesmo ocorre caso o indivíduo, por exemplo, ignore os
costumes de se vestir. Segundo Musse essa é a característica do fato social
denominada de “poder impositivo”. A coerção é o indício mais forte do caráter
externo, impessoal e objetivo do fenômeno social.
O autor traz o argumento de que “Regras jurídicas,
morais, religiosas, sistemas financeiras, consistem todas em crenças e práticas
constituídas” (p. 17) que definem o fato social. Mas, há outros que se
apresentam de forma menos cristalizada, que, no entanto, apresentam as mesmas
objetividades sobre o indivíduo.
Quanto à educação, esta tem por objetivo formar o ser
social por meio da pressão social “que tende a moldá-la à sua imagem, e do
qual, pais e mestres são apenas os representantes e os intermediários” (p. 19).
De acordo com Durkheim, a maioria dos fenômenos sociais nos alcança por meio da
educação, o que se “evidencia nas crenças e nas práticas que nos são
transmitidas completamente prontas pelas gerações anteriores.” Todo fato social
possui uma tendência a se generalizar, sendo assumida pela sociedade.
Segundo Durkheim, “uma solidariedade nascida das
semelhanças que liga diretamente o indivíduo a sua sociedade é denominada
solidariedade mecânica” (p. 33). A solidariedade mecânica se expressa assim,
como o conjunto de regras orientadoras da conduta dos membros do grupo social.
Onde a verdadeira função da pena está em manter intacta a coerção social. Esse
tipo de solidariedade revela-se nas sociedades primitivas como as indígenas,
por exemplo, onde os indivíduos possuem funções semelhantes.
Conforme Musse, Durkheim distingue dois tipos de
laços que unem os homens à ordem social: a solidariedade mecânica estruturada
por meio da consciência coletiva, apresentando-se como uma comunidade de
crenças, valores, sentimentos e práticas; e a orgânica decorrente da divisão do
trabalho social surgindo como um sistema de funções diferentes e
especializadas, que configuras sociedades modernas.
Ao tratar da preponderância progressiva da
solidariedade orgânica, Durkheim procura exemplificar o que conceitua como
solidariedade mecânica recorrendo à organização social de sociedades que
preservam características organizacionais primitivas.
Durkheim explica que “se a divisão do trabalho não
produz a solidariedade é porque as relações dos órgãos não são regulamentadas,
e que elas estão num estado de anomia (P.68). Ele entende por anomia a ausência
de regras, o que considera como o principal problema do mundo moderno onde o
trabalhador perde o sentido de seu trabalho e é reduzido à máquina, o que
considera transitório, pois compreende que haverá naturalmente, uma
regulamentação das relações industriais e do trabalho. Tal situação descrita
por Durkheim quando trata da anomia nos faz refletir sobre as relações de
trabalho contemporâneas, onde as facilidades e acessibilidade aos mais
diferentes mecanismos de substituição do fazer humano se faz tão comum ao
processo produtivo. Nota-se, portanto,
que na atualidade faz-se necessário possuir um diferencial, algo que o torne
dotado de excelência na sua função para
que em meio à competitividade, possa destacar-se como a melhor opção.
AUTOR DO LIVRO:
Emile Durkheim, apresentação
e comentários Ricardo Musse
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