sexta-feira, 6 de junho de 2014

A objetividade do Conhecimento nas Ciências Sociais
Por: Edineia Koeler
Em A objetividade do Conhecimento nas Ciências Sociais, Max Weber concebe antes de tudo, um esclarecimento sobre o avanço epistemológico e a aquisição de autonomia da Sociologia, em um tempo em que as revistas cientificas tinham por função a construção e institucionalização das áreas de conhecimento. Nesse sentido Max Weber, através da revista, Arquivo para a Ciência Social e Política Social, lança metodicamente uma defesa de uma teoria e método capaz de defender a objetividade do conhecimento nas Ciências Sociais. Genericamente, podemos afirmar que, o autor assinala fragilidades da perspectiva econômica e da ciência pautada em leis gerais e esquemas explicativos descritivos. Evidencia o conflito que pode haver quando se tenta adotar métodos das Ciências naturais para as Ciências Sociais. Pois de acordo com o autor recurso metodológico é o é um meio que o pesquisador possui para organizar e apreender a realidade.
Assegurando que “o domínio do trabalho cientifico não tem por base as conexões objetivas entre coisas mas as conexões conceituais entre problemas” (WEBER, 1997) o autor critica as tradições econômicas, marxistas, assinalando que as mesmas não seriam capazes de alcançar um conhecimento da realidade de acordo com a acepção cultural historicamente significativo para a sociedade. O método proposto por Weber adota as leis gerais como ponto de partida onde o pesquisador deve analisar e expor os agrupamentos individuais contextualizando-os com fatores historicamente dados e com suas combinações concretas e significativas. Restaria um resgate histórico objetivando constatar relações conceituais e posteriormente aprofundar a análise ponderando inclusive possibilidades futuras.
Max Weber sinaliza um raciocínio interpretativa que analisa a relação entre cultura, valor e significado para o indivíduo. Demonstra que, quanto mais gerais e abstratas forem as leis explicativas, mais longe ficam de colaborar para a compreensão do sentido de fenômenos culturais. Nesse sentido as ciências sociais estariam preocupadas com os aspectos qualitativos dos fatos, por isto preocupadas com a formação teórica dos conceitos para a análise da realidade cultural.
O autor aponta casos em que se tomam ideias como se fossem verdades, considerando, algumas vezes, conceitos e/ou tipo ideais como elementos de julgamento do real. Nesse sentido expõe que, a importância do “tipo ideal” e de sua utilização correta para o entendimento do fenômeno estudado, ou seja, os tipos ideais não são validades empíricas, são ferramentas de construção de conceitos e aproximação com o objeto para posteriormente efetivar as análises.
Para o autor a ação social é que vai para a interação social moldando a sociedade. A ação social interagindo com o outro se torna uma relação social. Desse modo compreende-se que no processo de conexão causais entre conceitos é bem mais amplo, pois depende de valores e sentidos atribuídos por indivíduos, ou seja, não podem ser explicados se considerarmos unicamente, os estudos gerais com caráter de leis.

Referência Bibliográfica
WEBER, Max. A “objetividade” do conhecimento nas ciências sociais [1904].  Sociologia. (Gabriel Cohn comenta). São Paulo : Ática, 2006.


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