A objetividade do Conhecimento nas Ciências Sociais
Por: Edineia Koeler
Em A objetividade do Conhecimento nas Ciências
Sociais, Max Weber concebe antes de tudo, um esclarecimento sobre o
avanço epistemológico e a aquisição de autonomia da Sociologia, em um tempo em
que as revistas cientificas tinham por função a construção e
institucionalização das áreas de conhecimento. Nesse sentido Max Weber, através
da revista, Arquivo para a Ciência Social e Política Social, lança metodicamente
uma defesa de uma teoria e método capaz de defender a objetividade do
conhecimento nas Ciências Sociais. Genericamente, podemos afirmar que, o autor assinala
fragilidades da perspectiva econômica e da ciência pautada em leis gerais e
esquemas explicativos descritivos. Evidencia o conflito que pode haver quando
se tenta adotar métodos das Ciências naturais para as Ciências Sociais. Pois de
acordo com o autor recurso metodológico é o é um meio que o pesquisador possui
para organizar e apreender a realidade.
Assegurando que “o domínio do trabalho cientifico
não tem por base as conexões objetivas entre coisas mas as conexões conceituais
entre problemas” (WEBER, 1997) o autor critica as tradições econômicas,
marxistas, assinalando que as mesmas não seriam capazes de alcançar um
conhecimento da realidade de acordo com a acepção cultural historicamente significativo
para a sociedade. O método proposto por Weber adota as leis gerais como ponto
de partida onde o pesquisador deve analisar e expor os agrupamentos individuais
contextualizando-os com fatores historicamente dados e com suas combinações
concretas e significativas. Restaria um resgate histórico objetivando constatar
relações conceituais e posteriormente aprofundar a análise ponderando inclusive
possibilidades futuras.
Max Weber sinaliza um raciocínio interpretativa que
analisa a relação entre cultura, valor e significado para o indivíduo. Demonstra
que, quanto mais gerais e abstratas forem as leis explicativas, mais longe ficam
de colaborar para a compreensão do sentido de fenômenos culturais. Nesse
sentido as ciências sociais estariam preocupadas com os aspectos qualitativos
dos fatos, por isto preocupadas com a formação teórica dos conceitos para a
análise da realidade cultural.
O autor aponta casos em que se tomam ideias como se
fossem verdades, considerando, algumas vezes, conceitos e/ou tipo ideais como elementos
de julgamento do real. Nesse sentido expõe que, a importância do “tipo ideal”
e de sua utilização correta para o entendimento do fenômeno estudado, ou seja,
os tipos ideais não são validades empíricas, são ferramentas de
construção de conceitos e aproximação com o objeto para posteriormente efetivar
as análises.
Para o autor a ação social é que vai para a
interação social moldando a sociedade. A ação social interagindo com o outro se
torna uma relação social. Desse modo compreende-se que no processo de conexão
causais entre conceitos é bem mais amplo, pois depende de valores e
sentidos atribuídos por indivíduos, ou seja, não podem ser explicados se
considerarmos unicamente, os estudos gerais com caráter de leis.
Referência Bibliográfica
WEBER, Max. A “objetividade” do
conhecimento nas ciências sociais [1904]. Sociologia. (Gabriel
Cohn comenta). São Paulo : Ática, 2006.
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